segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

As pessoas só observam as cores do dia no começo e no fim, mas, para mim, está muito claro que o dia se funde através de uma multidão de matizes e entonações, a cada momento que passa.
Uma só hora pode consistir em milhares de cores diferentes. Amarelos céreos, azuis borrifados de nuvens.. Escuridões enevoadas. No meu remo de atividade, faço questão de notá-los.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Descansa: pouco te chorarão... O impulso vital apaga as lágrimas pouco a pouco. Quando não são de coisas nossas. Quando são do que acontece aos outros, sobretudo a morte, por que é a coisa depois da qual nada acontece aos outros...

Eu não gosto do jeito que ele é, do jeito que ele pensa.. Não suporto ficar perto dele por muito tempo, medo? Eu as vezes acho que ainda sinto muito medo dele e do que ele fala.. E sei que não vou esquecer tudo que ele fez conosco, elas podem esquecer ou fingir esquecer, mais isso não sai de minha cabeça.. As vezes antes de dormir eu me lembro das coisas que já passei, me arrepio, sinto frio, sinto medo e é a pior sensação que posso sentir. Quero garantir a segurança de minha mãe.Ele ainda me assusta muito.


Iniciei mil vezes o diálogo. Não há jeito. Tenho me fatigado tanto todos os dias vestindo, despindo e arrastando amor infância, sóis e sombras.

É tempo de meio silêncio, de boca gelada e suspiro, de palavra indireta, aviso na esquina. Tempo de cinco sentidos num só.

O anjo se desprende desse teto escuro e o fumo se eleva sobre a rosa: é hora, dá-me a tua mão e vem comigo pelo espaço.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa amar a água implícita, e o beijo tácido, e a sede infinita.