
Agora quis descer, e não havia chão, ou descer seria subir? Mas o espaço se perdia sem margem, sempre. Ela era o centro. Se movesse para o alto de si, para baixo de si, ainda seria o centro. Sou o centro, pensava ja com certo orgulho. Mas se deu a voar numa só direção, no esbanjamento de seu privilégio.. E a sua minuscula figura em marcha assinalava, sempre, uma referencia entre um mesmo ponto do vazio e outro qualquer que não se quisesse. Depois, a necessidade de pousar cresceu como um olho de obsessão em seu corpo. E não havia terra. Apenas o ar. O ar, que só era um abismo porque ela estava ali, Voava, e o movimento das mãos moía-lhe as articulações. Ela, sabia que iria doer, e por isso, gemia e continuava.. Agora, o sangue, descendo-lhe das axilas, ensopava lhe o peito. Mais ela não parou.. Não parou e nunca, nunca, nunca, etc.. Nem depois que seu corpo começou a rodar, precipitado.Ninguém dirá quando veio a morte. É certo, porém, que ela não teve a alegria de uma última descoberta. Mas vós teras: ela caía na mesma direção de seu vôo, como se o continuasse.
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