quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Minha tristeza é não poder acompanhar contigo o desenho das pombas voantes, o destino dos trens pelas montanhas, e o brilho tênue de cada estrela brotando á margem do crepúsculo.
Tornarias o luar nas tuas mãos, fortes e simples como as pedras e dirias apenas "Como vem tão clarinho!"
E nesse luar das tuas mãos se banharia a minha vida, sem perturbar sua claridade, mas tambem sem diminuir minha tristeza.
Escuto a chuva batendo nas folhas, pingo a pingo. Mas há um caminho de sol entre as nuvens escuras. E as cigarras sobre as resinas continuam cantando.
Tu percorrerias o céu com teus olhos nevoentos, e calcularias o sol de amanhã, e a sorte oculta de cada planta.
E amanhã descerias todo coberto de branco, brilharias á luz como o sal e a cânfora, tomarias na mão os frutos do limoeiro, tão verdes, e entre o veludo da vinha verias armar-se o cristal dos bagos.
Dentro do teu coração, porem, estavam as fontes frescas, sussurrando. E os canteiros viam-te passar como a nuvem mais branca do dia.

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