
Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio ou flecha de cravos que propagam o fogo: te amo como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma.
Te amo como a planta que não floresce e leva dentro de si, oculta, a luz daquelas flores, e graças a teu amor vive escuro em meu corpo e apertado aroma que ascendeu da terra.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira, senão assim deste modo em que não sou nem és tão perto que tua mão sobre meu peito é minha tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.
Amo o pedaço de terra que tu és, porque das campinas planetárias outra estrela não tenho. Tu repetes a multiplicação do universo.
Teus amplos olhos são a luz que tenho das constelações derrotadas, tua pele palpita como os caminhos que percorre na chuva o meteoro.
De tanta lua foram para mim teus quadris, de todo o sol tua boca profunda e sua delícia, de tanta luz ardente como mel na sombra teu coração queimado por longos raios rubros, e assim percorro o fogo de tua forma beijando-te, pequena e planetária, pomba e geográfica.
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